quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Pensando sobre o que li…


stou entrando em um período definitivamente mais tranqüilo, e muitas respostas sobem ao meu coração.
Relutante, ouso discordar e questionar… Mas consigo perceber de outra forma, mais clara quem sou. Mais obtusa, tácita e menos tristonha, no entanto, exageradamente intensa… Entendo esta forma… A busca da verdade além da realidade, além do senso comum. Entendo a rejeição do discurso formal e politicamente aceitável, entendo porque rejeito a ciência e os padrões e me refugio na arte, especialmente nos pensamentos e palavras. Busco respostas a perguntas que temo fazer… E meu coração, sorri de soslaio, e ardente que é, devaneia em procurar, compreender… Anseia pela beleza e verdade plenas… E contra o modelo, irreverente ele pergunta como um poeta desvairado… É sabido que normalmente só fazemos perguntas para as quais já temos respostas, pois as perguntas que propõem uma ordem diferente são banidas como absurdas o desligadas da realidade. Mas não! Não meu coração, meu coração é livre!
Crio um espaço para o questionamento, para a dúvida, para a comunhão com o Natural, ao tempo do princípio, em que tudo era criação. Ligo-me ao conhecimento intuitivo, ligo-me ao Verbo, não estou imune as emoções na busca cotidiana pela objetividade total. Não se trata de postular uma forma ideal, ou recusar o principio da realidade e suas implicações, mas de compreender… E procuro respostas nEle.
Faz-se necessário em mim, agora, examinar a natureza das coisas…
Quero meus olhos abertos, meu coração leve, porque tudo que vejo são sombras e representações da realidade. Crio, proponho novas ordens, novos sistemas de pensamentos, novas maneiras de ver, logo ameaço a realidade instituída, as bases em que o real se apóia.
“Mas não é soberbo meu coração, nem altivo meu olhar; não ando a procura de grandes coisas… Faço calar e sossegar minha alma;” quero apenas as origens, a essência… “Como criança…” Então espero nEle. Eu espero no Verbo. “A minha alma deseja a Palavra mais que os guardas pelo romper da manhã.”
Sempre travo a luta entre o pragmático e poético, luta constante, guerra antiga. Minha alma é aguerrida. Não aceito me submeter a uma ordem humana estabelecida que acreditamos ser natural e imutável.
Espoliada… Repenso em factual e ficcional, não é uma escolha simples… Se é que posso considerar como escolha…
Percebo uma cisão, um corte, uma ruptura… Uma mudança… Devo considerar um convite proposto. De receptora passo para sujeito. Decido e defino sobre os sentidos. Procuro uma fresta, a minúscula saída, para instaurar um mundo diferente, apresentar novos caminhos, mostrar que entre a margem direita e a esquerda, há uma terceira mais rica, mais fecunda, porque menos redutora, menos lógica, menos classificável, menos mensurável…
A cada momento a estrada abre pouco a pouco, e a fé me escancara as janelas, mesmo que meus olhos não dêem conta da luz…
Abro bem meus olhos para deixar penetrar a luz da fé, do sonho, da busca, da criação, da paixão, lembrando que o toque no barro nasceu a vida…
Estou na verdade indo de volta à origem, ao estado de comunhão do homem com o Natural, ao tempo do princípio, em que tudo era criação. “No princípio era o Verbo e o Verbo se fez carne e habitou entre nós.”

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